Engenheiro explica acidentes com Vanderleias em tombadores

SEG / 08 DEZ




Não são raros no Brasil casos de carretas caindo de tombador hidráulico durante a descarga de granéis. E, acertadamente, muitos embarcadores proíbem o descarregamento de semirreboques do tipo “Vanderleia” nesses tombadores, devido à frequência dos acidentes. Os riscos são reais e as causas são as seguintes:

As “Vanderleias” com suspensão mista (1 eixo pneumático e 2 mecânicos) possuem regulagem manual da pressão nas bolsas pneumáticas do 1º-eixo (Figura 1). Assim, para condição carregado o fabricante determina a pressão ideal, de forma a garantir 10.000 kg de peso sobre esse primeiro eixo.img1

 

Figura 1 – Suspensão mista da Vanderleia, na condição ideal – carregada

O problema é que a regulagem para a condição “vazio” não é automática (a pressão não é reduzida automaticamente quando a carreta é descarregada). Assim, ao iniciar o descarregamento no tombador, o peso do veículo vai reduzindo, mas o 1º eixo da carreta continua pressionando o piso com 10.000 kg. A medida que a carreta vai sendo descarregada, a bolsa pneumática (fole) vai abrindo mais e mais, ao ponto de levantar a carreta e trator dos calços, podendo jogar para fora do tombador e provocar um grave acidente.

A solução adotada tem sido entrar no tombador, mesmo ainda carregado, já com o 1º eixo sem pressão na bolsa, mas também deve ser vista com restrição. Nessa condição, as 30 toneladas dos três eixos da carreta, agora estão apenas sobre dois eixos. Além do risco de danificar o piso da plataforma, os eixos e a suspensão, pode-se provocar falha nos feixes de molas e estourar os pneus do eixo traseiro, provocando do mesmo modo um acidente no tombador.

 

Fonte: Revista Carga Pesada

08/12/2014

 

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